10 após ter realizado apresentação em Jequié, o cantor e compositor Geraldo Azevedo voltou a cantar na Cidade Sol em um show marcante na noite do dia 11 de junho no Centro de Cultura de Jequié, numa promoção de Artur Produção.
Com um tom romântico, Geraldo Azevedo entoou novas e antigas canções. O show de voz e violão foi acrescido também de coro como brincou o compositor pernambucano ao se referi a “ parceria” do público presente, que cantava trechos de músicas consagradas do seu repertório como Quando fevereiro chegar, Dia Branco, Ai, que saudades d’ocê, Você Se Lembra e Sabor colorido e Caravana. Geraldo Azevedo cantou também músicas que revelam a vida catingueira como ABC do Sertão e outras que foram trilha sonora de telenovelas, a exemplo de Moça Bonita, que embalou a novela Terras Sem Fim. da TV Globo.
Consciência ecológica em relação às águas
No meio do show, Geraldo Azevedo fez uma reflexão sobre a importância da água, alertou sobre o desperdício e a poluição do precioso líquido e falou sobre os impactos ambientais da destruição da vegetação ciliar para os mananciais.
“Nenhum bicho estraga a água “ lembrou Geraldo Azevedo ao ressaltar que os homens estão poluindo os rios. O cantor pernambucano destacou que conflitos serão cada vez maiores neste século por conta água, revelando que navios da China que chegam ao Brasil trazendo mercadorias retornam para o país de origem carregando tonéis de água doce e que multinacionais estão adquirindo grandes áreas contendo água mineral em diversas partes do Brasil, uma vez que sabem do valor dessas áreas..
Geraldo Azevedo cantou músicas que falam do Rio São Francisco como Ciúme, de Caetano Veloso e Petrolina – Juazeiro, de Jorge De Altinho.
“O Rio São Francisco é a veia da minha vida”, afirmou Geraldo Azevedo.” em entrevista que nos concedeu no camarim do Centro de Cultura de Jequié, onde lembrou ter nascido e crescido às margens do Velho Chico em Petrolina, interior pernambucano e que ao percorrer cidades cortados pelo rio viu o estado deplorável do manancial como em Penedo, Alagoas, que chegou tal ponto da diminuição de fluxo de água do rio que as pessoas caminhavam sobre seu leito. Desde 2010 o cantor pernambucano começou um movimento em defesa do Rio São Francisco e gravou um CD com artistas de estados onde o Velho Chico atravessa, a exemplo de Ivete Sangalo e Maria Betânia e a cada show que realiza para alguns minutos de cantar para falar sobre a água. Em sua opinião a consciência das pessoas é anda muito pequena em relação a crise hídrica, por isso ele mostra que “as pessoas podem nadar, nadar e morrer na praia”, já que embora tenha água no mar, o líquido é salgado. Ele dá orientação de noções básicas para evitar o desperdício de água no cotidiano. Na conversa que tivemos,ele tomou conhecimento da luta em defesa da recuperação do Rio das Contas empreendida pelo Grupo Ecológico Rio das Contas – GERC e prometeu que em um próximo show em Jequié falará também da importância do nosso rio.
Na entrevista Geraldo Azevedo disse que se sente muito feliz ao chegar aos 70 anos de idade e ver diferentes gerações cantando suas músicas, desde pessoas da terceira idade, que viveram o período de surgimento de sua carreira na década de 60, durante os anos de chumbo da ditadura militar, passando por jovens e até crianças. “Isso significa que mesmo depois de minha partida, minhas músicas vão durar décadas, séculos e milênios” , profetizou o autor de O Princípio do Prazer com a noção exata da dimensão de suas canções.
Bolo e parabéns para os 70 anos de nascimento
Ao final do show, o produtor Artur Pires fez uma surpresa ao entrar com um bolo para comemorar 70- anos de vida de Geraldo Azevedo. . O público entusiasmado, cantou o “Parabéns pra você. O cantor nasceu dia 11 de janeiro de 1945, mas ele mesmo informou que data na exata do aniversário não festejou, mas está comemorando durante todo este ano de 2015.
“Dizem que 7 é a idade da razão. Então eu tenho dez razões para comemorar”, brincou Geraldo Azevedo.